Professoras dos Anos Iniciais da
rede municipal participaram de um encontro com Terezinha Bertin, uma das
autoras dos livros didáticos Letramento e Alfabetização e Língua Portuguesa do
Projeto Ápis. A palestra, realizada nessa terça-feira (26), teve como tema os
desafios da leitura e da escrita. A formação faz parte das ações organizadas
pela assessoria pedagógica do Grupo Somos Educação (Editoras Ática, Scipione, Saraiva
e Atual) às redes de ensino que escolhem suas obras e do Programa de Formação
Docente da Secretaria Municipal de Educação de Criciúma.
A proposta pedagógica
apresentada explora as diversas modalidades de gênero, como, histórias em
quadrinhos, poemas, notícias, listagens, receitas, propaganda, fábulas e
bilhetes. “É fundamental refinar as habilidades de leitura e de escrita dos
alunos. O leitor habituado com jornais sabe que primeiro deve ler as manchetes,
as linhas de apoio e que o primeiro parágrafo traz a informação mais
importante. Cada gênero exige um leitor diferente e isso deve ser trabalhado
desde o primeiro ano do Ensino Fundamental”, justifica Terezinha.
A autora explicou que deve-se
trabalhar a leitura de forma a desenvolver habilidades diferenciadas de
compreensão imediata e de interpretação propriamente dita. A compreensão
imediata pressupõe o exercício de habilidades como localizar dados e
informações explícitas e fazer inferências simples. E a interpretação é um
avanço em que o aluno precisa fazer inferências a partir de dados não
explícitos e para isso precisa haver a mediação e a intervenção do professor.
“Os meus alunos faziam a primeira parte sozinhos e tinham dificuldades com a
segunda. Tinha percebido isso e agora entendi a proposta pedagógica. Esse
momento foi rico e nos deu fundamentação para usar os livros de maneira mais
adequada”, afirma a professora Claudia Miranda da EMEIF Dionizio Milioli.
A escola deve ajudar o aluno a
progredir na sua capacidade de compreensão e de produção de forma que tenha
autonomia. Leitura não é mais estratégia, hoje é conteúdo de natureza
procedimental e deve ser trabalhada de forma sistemática. “O equívoco da
educação tradicional é que não fazia sentido. Não tem milagre para resolver o
problema de um aluno que está no 5º Ano e não foi alfabetizado. Alguém precisa
refazer todo o percurso com ele, porque não teve ou não foi dada a chance para
que aprendesse dentro do seu tempo. Os professores precisam utilizar desafios
diferentes e ler muito, ser modelo para seus alunos”, sugere a palestrante.
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