Não eram apenas
crianças e adolescentes matriculados em turmas de 5º, 6º e 7º anos que
realizaram a prova da 2ª fase do 3º Prêmio ACIC de Matemática, nesta
terça-feira, dia 8. Havia alguns estudantes que por razões particulares
interromperam precocemente seus estudos, entraram no mercado de trabalho,
constituíram famílias e depois de anos retornaram à escola em turmas do
Programa de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Dentre os 123 estudantes da
rede municipal de Criciúma, doze fazem parte deste grupo.
José Carlos
Ferrarezi, 39 anos, do Núcleo Filho do Mineiro, sentiu-se um pouco constrangido
quando percebeu a diferença de idade dele em relação aos demais participantes.No
entanto, era importante viver esta experiência que o fez replanejar o próprio
futuro, pois surgiu nele o interesse em ser professor de matemática.
Estela Leriano,
31 anos, voltou a estudar depois de dezessete anos afastada da escola. A
motivação principal foi o desejo de ter um futuro profissional melhor e a
necessidade de ampliar seus conhecimentos para auxiliar os filhos nas tarefas
escolares. Ela aproveitou todo o tempo ao qual tinha direito para resolver as
questões. “A prova da primeira fase era de assinalar a resposta certa e muitas
eu chutei, porque não conhecia o conteúdo. Hoje fui surpreendida quando vi que
esta prova era dissertativa, que tinha que justificar os resultados. Tive que
ler, pensar, tentar entender e, apesar disso, achei até mais fácil que a
outra”, comentou a estudante do 7º Ano do Núcleo Hercílio Amante.
A escola
FiorentoMeller destacou-se classificando 17 dos 48 alunos matriculados apenas
em duas turmas de 5º Ano. Segundo a professora Gisele Kestering Tramontin, o
resultado é consequência do trabalho pedagógico desenvolvido desde o primeiro
ano e do compromisso de todo o corpo docente da instituição. Ela relatou que
teve bons professores e, por isso, sente-se bem preparada para ensinar os
conteúdos de matemática.
Horas de estudo
em casa com ajuda do irmão, incentivo da professora e o prazer de aprender
sobre tudo fizeram com que Isabel Vieira Campos, da escola José Rosso,
conquistasse o direito de fazer a prova do 5º ano. O ônibus atrasou para
buscá-la e o medo de perder a oportunidade a fez chorar e ficar um pouco
nervosa, mas o sorriso estava estampado no rosto quando reencontrou os colegas.
As alunas Ana
Carolina da Silva e Raissa Pacheco Rabelo, do 5º ano da escola Acácio Alfredo
Villain reconheceram o professor Lucas Spillere Barchinski, um dos responsáveis
pela elaboração e aplicação das provas. “Quando vimos o professor no palco
passando as orientações, nós lembramos dele porque vimos na internet. Na aula
de informática, junto com nossos colegas, assistimos aos vídeos que ele gravou
explicando as questões da prova da Acic e também aprendemos com as aulas
gravadas por outros professores”, contaram. O trabalho coletivo planejado pela
equipe de educadores somado ao esforço e interesse das alunas em responder toda
a prova gerou expectativas de novas conquistas.
No dia 2 de
dezembro, 81 alunos das escolas particulares e públicas serão premiados com
medalhas. Dentre eles, 27 da rede municipal, sendo que para cada ano haverá 3
medalhistas de ouro, 3 de prata e três de bronze. O resultado será divulgado no
dia 25 de novembro.